Porto Velho, RO – Não dá para ignorar o fato de que o ingresso de Ivo Cassol (PP) na disputa eleitoral, condição que se criou em virtude de decisão cautelar do STF, ministro Kassio Nunes Marques, favorável a ele, mexe profundamente no cenário da sucessão estadual.
Porém, é também importante observar que o ex-governador entra na disputa em condições precárias, escorado por uma decisão judicial que pode cair a qualquer momento, portanto é preciso cautela de todos os lados implicados na disputa pelo governo antes de comemorar ou jogar a toalha precocemente.
É notório que Ivo Cassol ainda dispõe de capital político para dar uma embaralhada no jogo, mas também é evidente que existe uma parcela considerável do eleitorado que não quer mais saber de políticos enrolados na justiça disputando eleições. Traduzindo: mesmo que tenha razoável índice de popularidade, Cassol também acumula percentual expressivo de rejeição dada a situação em que ingressa no jogo.
Mas o pior mesmo é para o eleitorado, que fica refém de uma situação que todos pensamos que já estava sepultada no passado, que é o caso de políticos concorrerem a cargos públicos amparados por decisões provisórias e depois terem de deixar a função em virtude de sentenças definitivas desfavoráveis a eles.
Várias cidades de Rondônia viveram situações do gênero, que ocasionaram revés e, no mínimo, paralisação em projetos importantes de desenvolvimento, prejudicando a população. Se isso foi avaliado em perspectiva de Estado, o prejuízo chega à casa das centenas de milhões de reais.
Então é preciso ter muita cautela e bom senso neste momento, e observar os desdobramentos e argumentações que devem acontecer nas próximas horas perante esta situação complexa e esperar dos homens públicos deste Estado realmente comprometidos com o bem estar da população e com o progresso de Rondônia se posicionem e coloquem nos trilhos certos a sucessão estadual para que todos nós não tenhamos que arcar com prejuízos milionários para o nosso povo.