O parlamentar falou da demora que a população espera desde 2019 quando a então ponte sobre o rio foi levada pela cheia daquela época. “Alto Paraíso atualmente com mais de 20 mil habitantes contribui significativamente com a economia do Estado, só em 2022 superou 90 mil toneladas de soja e 40 mil toneladas de milho e arroz”, lembrou o deputado. Redano lembrou que já para 2023 a expectativa é de um incremento de 20% em relação ao ano anterior, em virtude das novas áreas que passaram a produzir. Vale destacar que sua bacia hidrográfica que contribui com a diversificação da atividade pecuária com a criação de gado de corte e leiteiro e de acordo com dados da Agência de Defesa Sanitária Agrosilvopastoril do Estado de Rondônia - IDARON, em novembro de 2022, contava com mais de 407.000 (quatrocentos e sete mil) cabeças de gado cadastradas, conforme relatório anexo, bastante elevado se comparado a municípios de grande porte no Estado que recebem valores superiores no que tange ao Fundo de Participação de Municípios.
“Vale a pena lembrar que a RO-459 atende os moradores de Alto Paraíso, Marco Azul e Rio Pardo sendo que esta última região faz divisa entre Alto Paraíso e Porto Velho e é um grande produtor de gado, com um rebanho superior a 360.000 (trezentos e sessenta mil) cabeças, conforme se observa no relatório da IDARON anexo a este ofício. Informamos ainda que a população do garimpo Bom Futuro e regiões adjacentes, trafega pela RO 459 e necessita da Ponte sobre o Rio Jamari, como acesso a BR-364”. Frisou o deputado Redano.
O garimpo Bom Futuro é o maior garimpo a céu aberto do mundo, podendo ser visto nas imagens via satélite, e conta com mais de 7% da reserva mundial de cassiterita, sendo que em Rondônia são produzidos cerca de 47% de toda a produção do País. Sabe-se que empresas tem projeto para o processamento de rejeitos, com alto investimento que geraria 300 empregos diretos e 4,5 mil indiretos, no entanto, a morosidade na conclusão da ponte dificulta e até mesmo impede que investimentos sejam feitos por empresas em Alto Paraíso e no Bom Futuro.
Redano lembrou que na região do Bom Futuro, nas Linhas C-60, 65, 70, 75 e assentamento Terra Prometida, do Travessão B-40 ao Rio Santa Cruz, existem mais de mil propriedades rurais, e aproximadamente 220.000 (duzentos e vinte mil) cabeças de gado cadastrados junto a IDARON. A população dessas localidades depende também da Ponte para ligação a BR-364 e, devido à demora na conclusão desta, utilizam o travessão B-40.
O Travessão B-40 consiste numa rota alternativa de acesso a BR-364 e ao Município de Ariquemes, mas trata-se de estrada de chão batido, que nos períodos de chuvas tem sua situação agravada além do normal, posto que, conforme relatado alhures, devido à grande produtividade da região e o número populacional, o intenso tráfego de veículos e caminhões pelas estradas de chão as tornam vias muito danificadas e com atoleiros, dificultando o tráfego de veículos leves, ônibus e até mesmo os caminhões de transporte de cargas. Em relação ao escoamento da pecuária, os produtores ainda conseguem segurar em suas propriedades o gado de corte sem promover a venda dos mesmos aos frigoríficos, porém, inúmeras vezes durante esses mais de quatro anos sem ponte, sucumbiram com enormes prejuízos, posto que os valores de arroba de gado oscilam e por vezes deixaram de vender seu rebanho com preços melhores, em razão de não haver possibilidade de saída com o gado do município.
Dificuldade ainda maior tem os produtores de grãos que, não podem aguardar e precisam colher e efetuar o escoamento dos produtos das safras antes que apodreçam, se estraguem, sem ter sido encaminhados ao porto, na Capital do Estado. O município de Alto Paraíso não dispõe de instituições de ensino superior e diariamente, dois ônibus levam os acadêmicos ao município de Ariquemes, onde estudam. Também há uma van que transporta menores para estudar no Instituto Federal - IFRO e todos enfrentam inúmeros transtornos, no período de seca e poeira, chegando sujos nas respectivas instituições de ensino, quando o tráfego é feito pelo B-40 e no período de chuvas, molhados ou sujos de barro, porque eles são obrigados a descer dos veículos, para efetuar a travessia na balsa, independente do tempo estar estiado ou chuvoso. E ainda tem o agravante de não ter a certeza se chegarão em suas casas, pois correm o risco de ônibus ficar atolado, quando a travessia é feita pela estrada de chão, o Travessão B-40, que é a rota alternativa. Alto Paraíso não dispõe de hospital e clínicas especializadas em diagnósticos, sendo necessário o transporte de pacientes diariamente, inclusive para realização de hemodiálise e, a falta da ponte e a precariedade das condições de tráfego pelo Travessão B-40 ligando o município a cidade de Ariquemes e do Travessão B-20, ligando ao Distrito de Triunfo e Porto Velho, geram enorme preocupação, pois aumentam, significativamente, o risco de morte, para alguns pacientes.
Texto Mateus Andrade
Foto: ALE/RO