Transplantes de órgãos — Foto: Divulgação
Porto Velho, RO - Dez transplantes de córnea em três meses. Esse foi o número de transplantações que Rondônia teve de janeiro a março deste ano, de acordo com o novo balanço do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), veículo oficial da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).
De acordo com o relatório, a fila de espera para um transplante de órgãos no estado possui 373 pacientes. Deste total:
No primeiro trimestre do ano, três rondonienses que precisam de rim também ingressaram na lista de espera e mortalidade
O estado tem atualmente uma unidade transplantadora, o Hospital Base em Porto Velho, porém o hospital só pode realizar cirurgias de rim, fígado e córneas.
Adolpho Baamonde, médico oncológico e especialista em transplantes abdominais explica os motivos dos baixos números e como é complicado captar doadores para diminuir essa fila de espera.
“É importante começar explicando que existem hoje dois tipos de doadores. O primeiro é o doador vivo, uma pessoa que concorda com a doação com exames que garantem que a doação é segura. O doador vivo pode doar rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Já o segundo tipo é o doador falecido, a maior parte dos órgãos transplantados chegam aos pacientes deste modo. O doador precisa ter tido algum tipo de morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais como traumatismo craniano e Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, explica o especialista.
Existem também pacientes que aguardam outros órgãos como coração, pulmão e fígado, mas os procedimentos não acontecem no estado, necessitando que sejam transferidos para outros estados para realização da cirurgia.
“É muito importante conscientizar a população da atitude nobre que é a doação de órgãos. Burocraticamente, a doação de órgãos só pode ser realizada após autorização familiar e é distribuído se baseando em uma lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria da Saúde de cada estado, sob supervisão e controle do Sistema Nacional de Transplantes".
"Sendo assim, as pessoas ainda em vida devem conversar com a família e indicar a intenção. Caso você registre sua vontade oficialmente, ainda assim só haverá validação sem a autorização de algum familiar em caso de decisão judicial, o que pode gerar atrasos e perda do órgão que poderia salvar alguma outra pessoa”, finaliza Baamonde.
Potencial doador x doações
O balanço nacional também aponta que o número de notificações de potenciais doadores também é menor do que a lista de espera.
De janeiro a março, quando 58 novos pacientes passaram a fazer parte da lista de espera no estado, 39 pessoas entraram no registro de potencial doadores e apenas 25 foram considerados 'doadores elegíveis'.
Como ser doador de órgãos?
A doação de órgãos só pode ser feita com autorização da família. Por isso, o primeiro passo é deixar claro esse desejo para os parentes, que darão a palavra final.
Está apta a doar qualquer pessoa a partir de sete dias de vida e que tenha passado pela triagem de doenças transmissíveis pelo sangue, como a hepatite, por exemplo.
Se for comprovada morte encefálica, todos os órgãos e tecidos do corpo podem ser doados. Nos casos de morte por parada cardiorrespiratória, só é possível doar tecidos para transplante de córnea, vasos, pele, ossos e tendões.
Alguns fatores podem impedir a doação, como morte por doença infecciosa, por exemplo. Também não pode haver a doação sem a identificação do corpo.
O doador pode até fazer uma certidão, que pode ou não ser reconhecida pela Justiça.
Porto Velho, RO - Dez transplantes de córnea em três meses. Esse foi o número de transplantações que Rondônia teve de janeiro a março deste ano, de acordo com o novo balanço do Registro Brasileiro de Transplantes (RBT), veículo oficial da Associação Brasileira de Transplante de Órgãos (ABTO).
De acordo com o relatório, a fila de espera para um transplante de órgãos no estado possui 373 pacientes. Deste total:
- 41 pessoas estão na fila de espera por uma doação de rim
- os outros 332 pacientes estão aguardando por uma córnea.
No primeiro trimestre do ano, três rondonienses que precisam de rim também ingressaram na lista de espera e mortalidade
O estado tem atualmente uma unidade transplantadora, o Hospital Base em Porto Velho, porém o hospital só pode realizar cirurgias de rim, fígado e córneas.
Adolpho Baamonde, médico oncológico e especialista em transplantes abdominais explica os motivos dos baixos números e como é complicado captar doadores para diminuir essa fila de espera.
“É importante começar explicando que existem hoje dois tipos de doadores. O primeiro é o doador vivo, uma pessoa que concorda com a doação com exames que garantem que a doação é segura. O doador vivo pode doar rins, parte do fígado, parte da medula óssea ou parte do pulmão. Já o segundo tipo é o doador falecido, a maior parte dos órgãos transplantados chegam aos pacientes deste modo. O doador precisa ter tido algum tipo de morte encefálica, geralmente vítimas de catástrofes cerebrais como traumatismo craniano e Acidente Vascular Cerebral (AVC)”, explica o especialista.
Existem também pacientes que aguardam outros órgãos como coração, pulmão e fígado, mas os procedimentos não acontecem no estado, necessitando que sejam transferidos para outros estados para realização da cirurgia.
“É muito importante conscientizar a população da atitude nobre que é a doação de órgãos. Burocraticamente, a doação de órgãos só pode ser realizada após autorização familiar e é distribuído se baseando em uma lista única, definida pela Central de Transplantes da Secretaria da Saúde de cada estado, sob supervisão e controle do Sistema Nacional de Transplantes".
"Sendo assim, as pessoas ainda em vida devem conversar com a família e indicar a intenção. Caso você registre sua vontade oficialmente, ainda assim só haverá validação sem a autorização de algum familiar em caso de decisão judicial, o que pode gerar atrasos e perda do órgão que poderia salvar alguma outra pessoa”, finaliza Baamonde.
Potencial doador x doações
O balanço nacional também aponta que o número de notificações de potenciais doadores também é menor do que a lista de espera.
De janeiro a março, quando 58 novos pacientes passaram a fazer parte da lista de espera no estado, 39 pessoas entraram no registro de potencial doadores e apenas 25 foram considerados 'doadores elegíveis'.
Como ser doador de órgãos?
A doação de órgãos só pode ser feita com autorização da família. Por isso, o primeiro passo é deixar claro esse desejo para os parentes, que darão a palavra final.
Está apta a doar qualquer pessoa a partir de sete dias de vida e que tenha passado pela triagem de doenças transmissíveis pelo sangue, como a hepatite, por exemplo.
Se for comprovada morte encefálica, todos os órgãos e tecidos do corpo podem ser doados. Nos casos de morte por parada cardiorrespiratória, só é possível doar tecidos para transplante de córnea, vasos, pele, ossos e tendões.
Alguns fatores podem impedir a doação, como morte por doença infecciosa, por exemplo. Também não pode haver a doação sem a identificação do corpo.
O doador pode até fazer uma certidão, que pode ou não ser reconhecida pela Justiça.
Fonte: G1, RO