ONGs internacionais de médicos alertam para situação sanitária em Gaza

ONGs internacionais de médicos alertam para situação sanitária em Gaza


Elas pediram um corredor humanitário em apoio ao trabalho assistencial

Porto Velho, RO - Organizações não governamentais (ONG) internacionais de médicos alertaram nesta terça-feira (11) para a situação sanitária na Faixa de Gaza após o cerco total imposto por Israel. Elas pediram um corredor humanitário para apoiar o trabalho de assistência.

"A situação é catastrófica. Não acho que ninguém esteja seguro em Gaza", declarou Sarah Chateau, responsável pelo programa palestino dos Médicos Sem Fronteiras (MSF).

A organização está na região há mais de 20 anos e tem 300 funcionários palestinos e 20 internacionais.

"Transferimos parte de nossas equipes para um prédio das Nações Unidas. O bombardeio foi tão maciço que os riscos eram muito grandes", acrescentou.

Na segunda-feira (9), Israel anunciou a retirada da população das áreas fronteiriças e impôs cerco total à Faixa de Gaza, com o "corte imediato" do fornecimento de água, após a suspensão do fornecimento de eletricidade e alimentos.

Em resposta, o grupo Hamas ameaça executar os cerca de 150 reféns sequestrados no sábado em Israel, incluindo crianças, mulheres e jovens que participavam de um festival de música.

"Com o estado de cerco total, até quando as nossas equipes vão aguentar? Precisamos de um corredor humanitário para apoiar a resposta médica, trazer equipamentos, substituir as equipes no local", disse Chateau.

A ONG Médicos do Mundo, que tem cerca de 30 funcionários na Cisjordânia e 20 em Gaza, também alertou que "o transporte de doentes é reduzido com o bloqueio e a intensidade dos bombardeios".

"A nossa equipe luta pela sobrevivência, é muito difícil conseguir realizar o trabalho", disse o médico Jean-François Corty, vice-presidente da organização, lembrando que 80% da população dependem da ajuda humanitária.

"É preciso garantir que o direito internacional humanitário é respeitado, que medicamentos são levados e que os civis são poupados", afirmou.

Após a ofensiva sem precedentes do movimento islâmico palestino Hamas contra Israel, o Exército israelense está desde sábado (7) a bombardear a Faixa de Gaza, controlada pelo Hamas desde 2007. Em quatro dias de conflito é estimado que o número de mortos ultrapasse os 2 mil, além de mais de 5 mil feridos dos dois lados.

Fonte: AG/BR

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