Produção indígena é representada em concurso de qualidade do café
O Concurso de Qualidade e Sustentabilidade de Café de Rondônia (Concafé), que passa a ser realizado a partir de 2024, na Feira de Café “Robustas Amazônicos”, registrou um momento histórico para as comunidades indígenas do estado, ao reconhecer e premiar a produção de café com base em práticas sustentáveis e eficientes. Pela primeira vez, etnias indígenas como Aruá e Suruí se destacaram em uma competição que envolveu representantes de Rondônia. O evento aconteceu entre os dias 24 e 26 de outubro, em Cacoal.
Desde a colocação dos indígenas Aruás e Suruís no Concafé de 2018 e 2019, com a 2ª e 3ª colocação, veio o reconhecimento, oferecendo uma vitrine importante aos cafeicultores tradicionais e às comunidades indígenas. O café dos povos indígenas se destacam por ser cultivados de maneira sustentável, sem o uso de adubos químicos e com técnicas simples de manejo, que respeitam o equilíbrio natural da floresta.
De lá para cá vieram outros pódios:5º CONCAFÉ 2020: 3º lugar – Tawãn Ambukalim Oliveira Aruá – Alta Floresta d’Oeste6º CONCAFÉ 2021: 2º lugar – Valdir Ferreira Aruá – Alta Floresta d’Oeste7º CONCAFÉ 2022: 3º lugar – Wilson Suruí – Cacoal8º CONCAFÉ 2023: 1 º lugar – Tawãn Ambukalim Oliveira Aruá – Alta Floresta d’Oeste
O governador de Rondônia, Marcos Rocha, destacou a importância do Concafé para inclusão das comunidades indígenas no cenário cafeeiro do estado, ressaltando a necessidade de se apoiar práticas agrícolas sustentáveis. “A premiação é um exemplo claro de como podemos unir a tradição, meio ambiente e inovação. A valorização do café indígena é uma forma de reconhecer o trabalho dessas comunidades.”
O café produzido pelos Paiter Suruí se insere em um sistema agroflorestal, utilizando os recursos naturais de maneira equilibrada. Para os indígenas, a prática não é apenas uma forma de cultivar o café, mas também de preservar e fortalecer a relação ancestral com a terra e a floresta.
O titular da Secretaria de Estado da Agricultura (Seagri), Luiz Paulo, celebrou o impacto da premiação para as comunidades indígenas, enfatizando a importância do concurso como um impulsionador de novos negócios e mercados. “O prêmio é um marco para a cafeicultura de Rondônia, pois não só valoriza a qualidade da produção indígena, mas também abre um leque de oportunidades às comunidades acessarem mercados que antes estavam fora de seu alcance. O café indígena é uma referência em sustentabilidade e qualidade.”
ABERTURA DE MERCADO
Além disso, o prêmio também abre portas para o acesso à créditos e financiamentos que auxiliam os produtores a expandirem as lavouras e melhorarem ainda mais a qualidade da produção, sendo possível acessar os recursos necessários para investir na produção e conquistar cada vez mais mercados.
O Concafé se tornou uma plataforma que coloca as comunidades indígenas de Rondônia no centro de um movimento que procura a valorização de suas práticas agrícolas sustentáveis. Esse reconhecimento da produção indígena no concurso é uma tendência crescente no estado, onde cada vez mais as comunidades indígenas estão sendo reconhecidas pelo trabalho qualificado e contribuição no que tange à sustentabilidade.
Com cada vez mais visibilidade, as comunidades indígenas têm a oportunidade de se tornar protagonistas na produção de café de qualidade. A conquista no Concafé é um exemplo de como o incentivo à produção sustentável pode beneficiar os produtores locais e gerar mudanças significativas para toda a cadeia produtiva de Rondônia, bem como na preservação da Amazônia.
Fonte: Portal do Governo do Estado de Rondônia